Quem tem filho no judô sabe que na época do dia das mães, tem aquela aula onde o Sensei põe filhos e filhas a ensinar suas mães o caminho suave das quedas sem bater a cabeça no chão.
É muito bonito assistir a esta aula e observar o comportamento das mães com seus filhos.
É visível o orgulho das filhas e dos filhos e o amor das mães escorre pelos olhos.
Geralmente, as mães são mais altas que os filhos e filhas, então eles são obrigados a erguer a cabeça para olhar para elas e elas, as mães, baixam um pouco a cabeça para que seus olhos encontrem os do seu filho ou filha.
Este é um encontro mágico, há uma energia quase palpável entre eles. Se pudesse ver além das aparências, tenho certeza que veria uma bolha de luz brilhante em volta de cada dupla que os protege de qualquer adversidade.
Tem uma hora em que filhas e filhos ensinam as mães a fazer o rolamento. Eles, os filhos e filhas, têm o maior cuidado ao fazer isto, pois ao mesmo tempo em que querem ser bons professores, também desejam que a mãe se saia bem naquele exercício muito diferente do que elas fazem todos os dias.
Nesta aula, em especial, o Sensei tem a delicadeza de sempre destacar de alguma forma aqueles alunos que não levaram suas mães.
É uma aula divertida, muito alegre e de muita superação também, de ambos os lados.
Sempre que observo estes momentos, fortaleço em mim a crença do poder da família para a vida das crianças e jovens.
Todos nós, sem exceção, tivemos nossa primeira luta no tatame da Vida quando vencemos a prova da gestação e do nascimento.
Todos nós realizamos algum tipo de rolamento, quando estávamos no útero materno.
Todos nós já sofremos uma queda, grande ou não, que nos ensinou a cairmos melhor da próxima vez, sem bater a cabeça, sem machucar muito o corpo…
E assim, de aula em aula, vamos ganhando força e experiência para enfrentarmos as lutas que a Vida vai nos apresentando.
Vida longa às mães no tatame!!!